sexta-feira, 16 de março de 2012

Educação como forma de libertar-se, segundo Paulo Freire


Existe diferença entre estar no mundo e com o mundo. Partindo desta afirmação Freire (2001) vê na educação uma forma de prática da liberdade. De acordo com o autor, o fato do indivíduo não apenas viver no mundo, mas sentir-se parte deste, faz com que ultrapasse a posição de agente passivo, podendo interferir no meio em que está inserido, e consequentemente modificá-lo.

A integração ao seu contexto, resultante de estar não apenas nele, mas com ele, e não a simples adaptação, acomodação ou ajustamento, comportamento próprio da esfera dos contatos, ou sintoma de sua desumanização, implica em que, tanto a visão de si mesmo, como a do mundo, não podem absolutizar-se, fazendo-o sentir-se um ser desgarrado e suspenso ou levando-o a julgar o seu mundo algo sobre que apenas se acha. (FREIRE, 2001, p. 50).


     Segundo Freire (2001) a Educação pode servir tanto para massificar e ajustar o indivíduo ao meio, resultando em um sujeito alienado, quanto para formar cidadãos críticos, do qual o autor acredita, considerando o contexto brasileiro, que contribua não somente para a diminuição dos índices de analfabetismo, mas como peça fundamental na democratização.
     Para tanto o papel da educação deve vir no sentido de libertar o indivíduo, mas isso só é possível quando é propiciado ao educando um conhecimento através das experiências de vida que ele já possui, vinculando assim a aprendizagem escolar a aprendizagem da vida, o que fará com que este se sinta parte do social e não mero expectador, desenvolvendo assim uma visão crítica de mundo, conscientizando-se da importância da sua participação, além de perceber-se como agente ativo na possível transformação da realidade que o cerca.

Estávamos convencidos, e ainda estamos, de que a contribuição a ser trazida pelo educador brasileiro à sociedade em “partejamento”, ao lado dos economistas, dos sociólogos como de todos os especialistas voltados para a melhoria dos seus padrões, haveria de ser uma educação crítica e criticizadora. (FREIRE, 2001 p. 93).

     Para Freire (2001) quanto menos crítico o sujeito é, mais ingenuamente ele trata os problemas e superficialmente discute os assuntos, consequentemente mais longe ele se encontra da busca de uma nova configuração sócio-cultural. Sendo assim, de acordo com esse autor, práticas educacionais que ditam ideias ao invés de trocar ideias, discursam aulas ao invés de debater, trabalham sobre o educando e não com ele, reforçam esta identidade de sujeito passivo, fazendo com que este se acomode e aprenda apenas a guardar informações ao invés de compreendê-las e formar sua própria opinião.
Comportamento este que se reflete socialmente, o qual hoje é possível visualizar nitidamente no panorama brasileiro, caracterizado pela violência, pelo descaso do governo com a própria educação, pela desestruturação emocional e o adoecimento do sujeito frente ao que lhe é imposto dentro de uma cultura de consumo desprovida de valores. Uma sociedade que assiste a tais cenas, é como se estivesse desvinculada de todo este contexto, sentindo-se um mero espectador, junto a um sentimento de incapacidade de promover qualquer tipo de mudança, neste repertório que se repete ano após ano.
Dentro desta perspectiva, percebe-se na Educação um caminho na busca de libertar o indivíduo, vinculando-o novamente ao contexto no qual está inserido através do encontro do conhecimento com a sua realidade. É a educação que pode proporcionar o desenvolvendo de um espírito crítico nas pessoas, que as façam perceber a sua própria força e a possibilidade de entrar em cena e fazer as mudanças que sejam necessárias. Dessa forma a educação colabora para a construção de uma sociedade mais justa e humana, na qual a democratização da cultura se faça presente, visto que dentro de uma democracia, assim como todos tem deveres, também possuem direitos, o que inclui o acesso a uma educação libertadora que só ocorrerá se o conhecimento estiver aliado aos valores humanos.

terça-feira, 13 de março de 2012

LIBERTE-SE

"Eu vou logo avisando e insistindo em um ponto: por favor, não aceite nada do que é dito aqui, pelo simples fato de ser dito. Esse seria um comportamento de submissão, de alguém que aceita as coisas devido apenas a autoridade de quem as diz. Seria horrívelMinha intenção, com essa conversa,é questionar, fazer a pergunta instigadora, provocar, para que cada um reflita, busque as razões de por que acha que as coisas são assim, e livre e conscientemente, assuma suas convicções, seus valores" (GUARECHI, 2005 pg. 11).

domingo, 4 de março de 2012

De tudo aquilo que não lhe faz bem...



Benditos os que conseguem se deixar em paz.
Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções
Que não se culpam por terem falhado...
Não se punem por não terem sido perfeitos
Apenas fazem o melhor que podem.

                                                      (Martha Medeiros)


E repito: Apenas fazem o melhor que podem...